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22.12.16

por que pedir desculpas?

às vezes quero pedir desculpas. ás vezes quero que me peçam desculpas. às vezes só quero que lidem e sigam em frente. que me deixem lidar e seguir em frente. às vezes não tenho saco, às vezes quero lidar com a presença da pessoa, às vezes quero que ela me dê espaço. às vezes quero que se foda.

às vezes só tento não me sentir culpada por qualquer uma das reações. normalmente, tento não me sentir culpada por reagir ou sentir. para isso tento não fazer mal a ninguém com minhas reações e sentimentos, às vezes falho. e o simples tentar quer dizer que tô falhando em me deixar reagir e sentir e lidar como meu ser quer lidar e não como meu racional quer.

provavelmente já fiz você se perder.

às vezes eu só quero paz, não quero arranjar briga, nem magoa, nem discussão, nem problema. isso acontece quando estou muito de boa na vida ou quando tô muito fudida e não tenho mais estrutura nenhuma para mais alguma coisa cobrando de mim, seja lá qual for a cobrança.

mas uma das leis que regem a minha vida — e que tô tentando derrubar — é que quando não tiver nada não vai ter nada e quando tiver muita coisa acontecendo, muito problema rolando e muita treta me desgraçando, vai ter cada vez mais. e uma hora vai passar. uma hora sempre passa, mas até essa hora chegar eu sempre me treto um pouquinho mais pensando no preço que isso vai cobrar de mim.

e nunca sei quando essa hora vai chegar. às vezes tenho um dia muito bom e me iludo achando que passou, mas ai chega a noite e tudo desmorona um pouquinho. e no dia seguinte mais.

e tem horas que antes de dormir eu paro e fico "meu deus". vivo frequentemente segurando todas as pontas do meu emocional depois de ter desequilíbrio emocional no começo do ano. tenho muito medo de ter depressão e essas coisas não ajudam. não gosto de ter medo. medo atrai.

"O medo é o caminho para o lado negro." Mestre Yoda.

e não gosto de me sentir com o emocional bagunçado, sentido tudo de forma estranha. feelings are the only facts apenas quando você aprecia eles ou não os acha prejudiciais.

E no meio de tudo isso, nos desejos de não ter mais problema nenhum, quando mais um problema apareceu eu me peguei dizendo "não vou pedir desculpas porque não me sinto culpada. não acho certo". Não acho porque se a gente não tá se sentindo culpado em relação aquilo que magoou outra pessoa, não são desculpas de verdade.

mas a gente pede desculpas para quem?

a gente pede desculpas por quê?

e ai eu percebi que não faz sentido. às vezes é sobre se sentir culpada e procurar perdão para se perdoar. é sobre o próprio perdão. ou sobre o perdão da outra pessoa. é pra você. às vezes é só porque o outro precisa daquilo. ele precisa saber que você se importa. é pra ele. às vezes você não quer ouvir, às vezes você não quer dizer. às vezes você precisa ouvir. às vezes você precisa dizer.

5.6.16

Saturação e os mesmos assuntos

ou alguma coisa sobre (não ter) newsletter nessa parte da minha vida (?)

Algumas vezes acontece de várias pequenas coisas acabarem fazendo com que eu pense e/ou queira uma coisa em comum. Deve haver alguma palavra sem tradução pra isso, mas eu ainda não conheço ela. Enfim, eu estava aqui pensando sobre coisas que surgiram em minha mente na última semana que poderiam render post pra cá e acabei me lembrando de várias coisas que pareciam estar interligadas:

* No penúltimo post do desafio semanal eu falei sobre defeitos, e um deles foi o fato de enjoar fácil de tudo - que até agora não sei se é defeito -  hoje quando a Dani comentou eu me lembrei de coisas da última semana. Enjoo de fotos de perfil, de fotos aleatórias minhas que amei e então duas semanas depois não aguento mais ver, do feed do instagram... Quando eu não enjoo, eu paro de reparar e vira algo de fundo.

* Antes disso comentamos no SA bem por cima sobre estar tentando se afastar dessa coisa toda de loka dos signos e horóscopos etc, coisa que já fiz antes e fiquei anos afastada até voltar muito pior ano passado, no meu caso porque estou saturada/enjoando do tanto que falei disso.

* Ontem comentei enquanto esperava o ônibus depois de encontrar outra loka dos signos sobre como parece que meu campo de assuntos e conhecimento tá limitado e que tenho falado muito de signo e sendo muito associada a loka dos signos e crushs.

* Começo da semana (ou será que foi semana passada?) eu comentei no twitter que já sabia até o dia que mandaria uma news caso tivesse uma. A Dani veio me incentivando a criar uma, eu me lembro de dizer que iria pensar e criaria quando eu soubesse que escrever no primeiro post. Eu não pensei no que eu escreveria. E nem criei. Não tive tempo, estou em fim de semestre e não quis. Um dos motivos pelo quais não quis é porque eu não estaria satisfeita com o que faria com uma news agora.

Acabaria comigo olhando pras indicações semanais (se é que teriam) e pensando sobre como não consumi nada muito interessante pra indicar. Sobre como eu tenho gastado muito tempo com coisas que não preenchem meus dias e deixado de consumir coisas que eu considero mais e por aí vai.

Ficaria frustrada com falta de assunto, de saber onde ir e de textos que como este aqui que quando chegam no meio me deixam sem saber porque comecei ou aonde queria chegar. E eu não preciso disso agora. Estas tentativas pro Luft já me fecham a cota de "que que eu tô fazendo aqui" que eu consigo aguentar sem querer reclamar.

Eu decidi naquele dia que eu só criaria uma news quando eu estivesse mais no caminho da pessoa que eu tô a fim de ser mais agora.

E a pessoa que eu quero ser é a pessoa que teria bons textos/vídeos, de boas pessoas, pra indicar numa news, que vê mais filmes, que passa menos tempo rodando timeline de rede social, que vê as séries que diz que vai ver. Que escreve uns textos legais. Que vive mais coisas lá do lado de fora. Que faz reflexões importantes. Que consegue parar a inquietação sua e do próprio cérebro pra ter essas reflexões. Que consegue ser a nova mulher maravilha e conciliar tudo isso -n.

E não sei como isso acabou sendo sobre uma newsletter que eu nem planejo ter quando era pra falar sobre eu estar me sentindo enjoativa. E sobre como eu tenho sentido que tô pegando a inteligência que tenho e usando ela pra nada. E que não tenho me sentido muito interessante nos últimos dias*, e que enjoar de tudo me enjoa, me rende um desgaste e um desânimo difíceis de lidar. Querer sempre o novo não é tão poético na vida real, acreditem.
* é bom quando alguém fala algo que faz você pensar que ela te acha, mas eu mesma me achar conta demais. 

Acho que o grande problema está no fato de que, como dito antes, eu enjoo de tudo. Um mesmo assunto me satura demais. Semana de provas, por exemplo, eu fico fugindo das rodinhas de gente falando da prova. Fácil quando é fugir das pessoas, difícil quando você também está se saturando. E se encontra num sábado a noite sem poder fazer o post que passou a semana inteira querendo fazer porque enjoou do assunto, quando vê está escrevendo um completamente diferente.   

E ainda no fato de não conseguir administrar o que faz com o tempo.

-h.

9.5.16

Para o que eu preciso deixar ir

És uma pessoa. És um blog.

Mudastes a minha vida, muito provavelmente, estaria eu em algum outro “lugar” da minha própria personalidade não fosse por ti, quero lhe ser grata e guardar-te com carinho em mim. Em meu coração. E para isso preciso deixar que vás.

Há uma chance real de que nossas almas já não falem mais na mesma frequência, talvez ainda sejam muito parecidas, mas não funcione como deveria funcionar e como sempre funcionou. Metade de mim sabe que tem que dizer adeus, a outra metade não sabe fazer isso ou como lidar com o fato de que tudo sempre acaba para gente. 

Meu coração tem a esperança de que ainda haverá outros momentos, em alguma noite ou tarde num lugar qualquer. Numa frequência que é nossa. Mas é só esperança, e agora preciso deixar que vás.
Não quero transformar-te em um peso para mim e para minha alma. Estou muito perto de o fazê-lo. Quero guardar-te como algo bom, que de fato és. 

Preciso dizer adeus logo. Preciso que me diga adeus logo.  

***


(Não estou me despedindo do Luft, caso tenha parecido, não deveria.)

16.4.16

Quando o lugar sufoca

Às vezes rola uma certa confusão mental. Eu abro o blog e vou ler comentários nos meu últimos textos, em seguida percebo como que, de acordo com os comentários, o texto passa todo um tom complicado, pra não dizer triste e confuso. Eu não releio o texto pra pesar isso, mas fica o pensamento na cabeça de "não era pra ser bem assim. não é bem assim". E talvez eu tenha chegado perto de entender o que acontece.

De 4 a 6 dias na semana  eu fico bem. Eu ando por aí, sorrio e acredito que a vida vai ser boa. Danço em frente aos espelhos da casa, enquanto a limpo, me achando linda e pensando que meu cabelo está em sua melhor fase. Canto por aí, sorrio e faço sorrir. Mantenho as good vibes, e são pequenos os momentos que alguma bad ou treta mental me pega. Ignoro os pensamentos ruins e consigo me manter em frente. E bem. Tudo muito verdadeiramente.

Mas então, os fins de semanas chegam. Os domingos chegam. As tardes de sábado nem tão boas e as noites conturbadas chegam. Ás vezes há os feriados. Às vezes há a perspectiva deles serem prolongados. E em quase todas as vezes há 95% de chance de que eu fique em casa.

E nesses dias listados eu me encontro tão frustrada.
A casa sufoca, a família sufoca. As paredes parecem aprisionar e os dias se estendem, as conversas não desenvolvem da maneira certa e costumeira, o abafamento fica pior. As circunstâncias impedem, limitam  e me deixam com um peso no peito. O lugar sufoca. A vida não parece que vai ser tão boa assim. Começa a parecer que não vai ser o suficiente. O riso é triste e dá uma vontade de chorar.

Dá uma vontade de ser alguém diferente, de estar em algum lugar que não esse. De ter uma vida diferente. O coração quer voltar para um lugar que nunca esteve.  Fernweh é a palavra alemã para quando se deseja ir para um lugar onde você não pode ir.  Para quando se sente saudades de um lugar onde nunca se esteve (recomendo a série de palavras da semana do QAMDE). "Fernweh" é uma das palavras que podem ser usadas na tentativa de descrever meus sentimentos nos dias em que preciso não tenho escolha a não ser ficar em casa. 

E com meu sentimento de "I don't belong here" que bate quando estou sentada (não da melhor forma possível) em minha cama lendo uma conversa na manhã de sábado, tendo que suportar o fato de como o quarto tem ficado quente por causa da posição do sol, eu venho até o Luft, sabe se lá porquê, e escrevo. E esses textos escritos em dias mais ou menos como hoje, não captam nada dos dias bons, das pessoas com iniciais iguais que acabam chegando na nossa vida e nos fazem bem, dos dias de riscar nuncas da lista, das conversas animadas...

Depois de escrever eu acabo postando. Não gosto de textos esperando pra serem postados por vários dias. Não gosto de jogá-los fora. E o Luft é pra ser um dos meus " save places" e como diz a Giu, do blog citado ali em cima, aqui lê quem quiser. Não preciso despejar isso em  ninguém. Então acabo postando.

E alguém acaba lendo, talvez comente. E eu vejo esse comentário em um dos dias em que a vida é boa. Ai não entendo mais nada, achando que "não é bem assim", mas é. Só não é todo dia. E nem todo fim de semana é ruim, nem todo dia "normal" é bom. Melhor do que parece, pior do que eu desejaria.

Não sou uma pessoa triste, mas provavelmente já fui mais feliz. E ando mais ou menos do jeito que lê um livro com o trecho "você é mais feliz por fora do que por dentro" e grifa porque acha que tudo ali fala com si mesma. Mas também do jeito que acha muito ruim começar a achar que não está na sua melhor epóca ou que a vida não é boa... Bem, qualquer hora eu escrevo sobre momentos de transição e o não saber quem é. Agora eu vou ver se ainda dá pra fazer essa sábado melhorar porque eu também sou desse tipo.

14.4.16

Procrastinação e covardia

De acordo com o Dicionário Aurélio, procrastinar é:

1. Deixar para depois.
2. Usar de delongas.

Se você leu minha pequena (e muito simpática) bio ali do lado direito sabe que deixo muito pra depois (se não leu, tá na hora!). E uso demasiadamente de delongas. Se você lê esse blog, sabe que protelo decisões e afazeres, posts, filmes, séries, livros, trabalhos, textos, tudo e mais um pouco eu enrolo, deixo pra depois. E acabo me frustrando.

É um ciclo péssimo de arranjar o que fazer, anotar (ou não), enrolar e ficar se lembrando, começar a se pressionar internamente, continuar enrolando, frustrar, sentir-se mal, fazer ou não, repete.

Nunca tinha sido assim. Antes procrastinação era ficar batendo papo no Facebook com minha amiga quando deveria acabar de escrever uma cena, ou rolar a TL, esse tipo de coisa. Ultimamente tenho notado que procrastinar tomou outras proporções. Tem ficado mais sério e problemático. Já não é só procrastinar rolando TL de rede social, isso aí já virou uma espécie de rotina na minha vida. É tentar arranjar coisas, ou lembrar-se delas, quando se está prestes a fazer aquela que provavelmente deveria ser feita mais rápido ou que significa maior responsabilidade, que represente algo maior.

É como ter teu cérebro trabalhando contra você.

Exemplo:

*tenho que pensar naquela ideia*
*Acha um tempinho e fala "vou pensar agora"*
Cérebro: lembra daquela coisa meio inútil, daquela outra meio importante, mas não urgente, lembra que você não sabe o que fazer, do horoscopo dizendo sei lá o quê, do negócio da faculdade...

Exemplo 2:

*tenho que perguntar pro meu pai sobre Belo Horizonte*
*pensa num momento*
Cérebro: mil desculpas, mil enrolações.

Virou fuga e covardia. Não sou do tipo que foge, não gosto de covardia. IMAGINEM.

E não é só dizer "vou fazer, não vou mais me auto sabotar", huhum, porque foge um pouco do controle. É apenas... frustrante, e te faz sentir bem lixo em alguns dias, se querem saber. Aos domingos tem sido sufocante. Tanto que qualquer ideia de rolezinho eu tô topando.Não que eu não goste dos rolezinhos, mas ficar em casa nem representa uma opção muito considerável mais.

Mas o pior dessa enrolação mesmo é que quanto menos coisas há pra fazer, menos se faz. É a lei da inércia na sua forma mais desagradável. E eu tô nessa desde ano passado. Não tô sabendo lidar, claramente. E sufoca. O nada me sufoca.

Aguardemos os próximos episódios pra ver onde chego.

***

Começo do mês passado teve um episódio com os posteres que costumavam ficar na parede do meu quarto, que me aliviou de  um jeito que não sei nem explicar. Hoje eu lembro de estar pensando que me sinto precisando daquilo de novo, mas que não há mais pôsteres em paredes nenhuma pra arrancar. Não sei não, mas escrevi esse post pensando que esse bloco de to do list, pode não ficar inteiro por muito tempo mais ~lua. Já faz um tempo que enfrento uma relação de amo/odeio - coisa meio tóxica e que eu não gosto nadinha - com esse bloco, afinal de contas.  

11.4.16

Não é que eu seja uma pessoa noturna

Eu já comentei (por alto) aqui no Luft sobre minha necessidade em ficar sozinha, apenas eu comigo mesma. O que posso não ter comentado é que é muito comum não conseguir suprimir essa vontade, ter ela desrespeitada ou menosprezada por quem quer que seja. Às vezes pela minha própria vida e as circunstâncias. Afinal, cheguei - juntamente com uma colega - essa semana a conclusão de que minha vida faz o que ela quer. E eu também faço, a propósito, o que dá umas tretas.

Mas enfim, na ultima semana eu dormi tarde e acordei cedo e fiquei toda errada e estranha (de uma forma que eu não sei se conhecia) a semana toda. Na sexta as consequências disso chegaram em seu pior ponto e foi uma noite bem *insira aqui emoticon sem boca*. Desde o meio da semana também venho tentado dormir mais cedo e falhado. O que acontece é que chego em casa, madrugada começando, e apesar de saber que preciso descansar e de estar com o corpo e com o cérebro mais lentos e talvez até, estranhos, uma parte de mim também parece se animar. Tem ideias, quem ir fazer as coisas que de alguma maneira, eu nunca consigo fazer durante o dia e que a continuidade da presença  na minha to do list começa a me pressionar e me deixar quase como ansiosa.

Esse texto é a prova viv... escrita de tudo isso que disse. Quis escrevê-lo na madrugada de hoje, mas resolvi ser responsável e dormir. No fim das contas, nada deu certo. Estou sofrendo para tirá-lo de mim agora no meio dessa tarde quente e que está me deixando tudo menos bem e feliz. Com esse silêncio tenso no ar, o qual só me incomoda porque os motivos que fizeram com que existisse me incomodam, não porque me importo com a magoa de quem faz esse silêncio reinar aqui.
E eu só desejo firmemente que a noite chegue logo. Porque apesar de abafada e quente ainda é mais minha do que de qualquer outra pessoa. Não preciso dividi-lá com ninguém.

Ok, há essa altura eu já perdi totalmente o foco, e falei coisas que nem planejava, socorr. Eu acabei descobrindo que tô num momento em que gosto de acordar no começo da manhã. Principalmente quando está fresquinho. Gosto da calmaria do começo do dia. Do maior espaço de tempo para "viver". Não gosto de acordar cedo aqui. Porque aqui eu não vou dormir cedo. Não vou dormir cedo, não por gostar de ficar acordada madrugada adentro. Não porque alguma espécie de magia acontece (embora claro que goste e magias sempre podem acontecer, mas não por isso). Mas é porque de madrugada eu consigo ficar sozinha. E mesmo que eu ainda tenha que tomar cuidado com barulhos, mesmo que eu fique comendo mais do que deveria e não goste disso, não tenho que lidar com o barulho de ninguém me impedindo de pensar e fazer minhas coisas. De ler ou escrever.  Não tenho que dividir espaços que eu nem deveria mesmo ter que dividir.

De madrugada, e nos dias que não tem aula, a noite mesmo, igual hoje, eu posso ficar de boinhas comigo mesma. É quase como ficar sozinha. E eu já reparei várias e várias vezes como isso é importante pra mim, mas agora tá num momento complicado porque parece que só consigo fazer as coisas assim. E complicado porque chego de madrugada, se não vou dormir e sim fazer coisinhas, no dia seguinte começo a descer uma ladeira que só vendo. Fica complicado conseguir dormir e ter tempo pra mim mesma, preciso do dois, mas não ando conseguindo fazer os dois muito bem nos últimos dias.

Tudo isso aí me fez pensar que tenho me tornado muito noturna (faz anos) e meio que tudo bem, porque a noite tem lá suas coisas legais. Prefiro o dia pra sair de casa, mas ninguém tá saindo aqui mesmo. Mas ao mesmo tempo não tá tudo bem, porque eu ainda passo muito tempo acordada durante o dia pra não conseguir viver/fazer minhas coisas minimamente bem e desejando que a noite chegue. T/ô nada satisfeita com isso.

E pensando aqui, não é que eu seja uma pessoa noturna é que quase não sobre espaço pra mim durante o dia.

17.3.16

Aquele escrito de madrugada

17/03 02:23 a.m.

Enquanto eu ligava o computador eu pensei em umas três formas diferentes de começar esse texto (será essa hora de atualizar o post sobre escrita que siau ontem?). Nesse meio tempo entre ligar o computador, abrir o navegador e o blogger pra de fato começar a escrever, coisas aconteceram que me deixaram meio eufórica (vide surtos no twitter pra mais informações) e até pensei que não ia mais escrever e poderia dormir, mas a euforia passou (ou quase toda ela passou) e as outras coisas não passaram, não totalmente. Também descobri que eu quero mesmo é começar esse texto do jeito que eu pensei quando estava na minha cama sem saber se vinha até aqui, se arranjava uma folha ou deixava. E descobri ainda que eu não faço ideia da onde eu quero ir com ele [texto], só sei o que quero que ele faça por mim.

***

Eu quero chorar. Pra algumas pessoas chorar é ruim, mas não pra mim. Quero dizer, nem sempre, não necessariamente. E sinto que derramar três ou quatro lagrimas não seja o suficiente pra mim essa noite, quero verter logo um rio, mas já que a fonte secou, eu só espero que escrever consiga tirar de mim o que as lágrimas não acabaram de extrair.

Não posso, não quero, ser especifica. Mas eu descobri uma coisa que eu já sabia e nada é como eu queria. (quis fazer um versinho). E doeu. Foi há algumas horas, mas agora parece mais distante, pois é, não dá pra subestimar o poder de umas três ou quatro lágrimas choradas no escuro do ônibus. E não teve drama nenhum apesar do que possa aparecer. Ninguém viu, ninguém ouviu. E eu me virei.

O que eu sei é que eu tenho o que costumo chamar de Síndrome Augustus Waters, eu gosto de ser gostada. E é loucura sim, Gus. É loucura, mas eu gosto e não há o que fazer. E eu preciso tanto ser amada, bem nesse momento que eu só tô tentando me achar e ficar bem. No meio da semana passada eu estava apaixonada pelas pessoas e eu pensei "o amor vai me salvar". De quê eu não sei, mas vai. E é loucura, porque tem horas que dá errado. E a gente não é gostada, ou não é gostada como gostaria de ser, mas tá mais pra não ser de jeito nenhum mesmo.

E não tem o que fazer.

Eu não sei se sou eu ou meu jeito, mas sinceramente, eu nem sei quem eu sou ou qual o meu jeito. É assim que eu me encontro.
Na verdade eu sei que não é eu, porque não sou assim, não me sinto assim e não falei sério essa vez que eu nem me lembro, era brincadeira.

Escrever é tão mais seguro que falar.
Ou talvez não seja, diabos, como eu sou mal compreendida. E incompreendida.

E esse texto não vai ter final.