Me conservo no direito de dizer que há centenas de coisas que eu já pretendi escrever pro Luft. Meros pensamentos que foram perdidos, post que prometi e constatações que não renderiam mais de três parágrafos. Na verdade, há centenas de coisas que eu já planejei escrever. Registrar. E há duas coisas que eu deveria estar fazendo agora: treinando no Excel pra minha prova prática de Estatística e/ou colhendo informações para tomar uma decisão importante. Na verdade pra ver se há fundo para que eu precise tomar essa decisão. Mas ao invés disso eu resolvi abrir o blogger porque queria escrever, uma coisa que agora eu esqueci. Olhem, estou com sono e não sei se estou sendo coerente...
Lembrei!
Sabe, quando acontece algo bom, meio grande comigo que me causa felicidade, eu gosto de compartilhar, pra mim felicidade compartilhada é maior, é diferente. É boa, parece até que aumenta. Mas eu também sou tretada da cabeça e às vezes, não gosto de que muita gente saiba das coisas que acontecem em minha vida, coisas essas que me são importantes, deixam feliz e tal. Podem ser grandes, meio grandes, ou pequenas e "bobas". As minhas pessoas sempre sabem, ou nunca me importo de que saibam e vivo querendo contar pra elas, mas informações fogem do controle e às vezes uma pessoa x aparece sabendo algo sobre mim que eu não dei permissão pra ela saber, e isso me incomoda MUITO.
Também há tipos diferentes de felicidade. Aquelas mansinhas, que parece que é só da gente. Aquelas mais comuns, as que nos deixam eufóricos, bobos, com um sorriso que não dá pra fechar no rosto e ainda tem aquelas que nem parecem felicidade. Não parecem felicidade porque a felicidade está mascarada por mais uma dúzia de sensações que nos deixam até confusos quando nos perguntamos, "eu estou feliz ou não com isso?".
E eu escrevi tudo isso pra dizer que estou sentindo (ou acho que estou, porque fico confusa quando me interrogo) essa última por uma coisa que aconteceu ontem e que eu contei para poucas pessoas. E uma delas acabou saindo por acaso, eu nem devia... Enfim, e eu não sei se fico calada, se berro pro mundo. Eu nem sei se quero berrar. Quando penso em certas pessoas sabendo demais de repente, eu digo, não vou abrir a boca, mas aí também penso que é muito estranho não falar no twitter, não fazer texto, sei lá...
Ontem, quinta-feira, dezessete de março eu acordei fora de hora, como tem acontecido em muitos dias, mas eu também tinha dormido fora de hora e isso quer dizer que eu tinha tido apenas umas quatro horas de sono, acho (porque não fiz as contas mesmo). E sinceramente, não lembro bem o que fiz. Mas sei que li de manhã, uma parte que gostei do livro, e depois estava reunindo forças para trocar de roupa, desligar o wifi e ir fazer as coisas que precisavam ser feitas. Isso sentada na minha cama, já tinha aberto a janela (não sei, mas quero dizer isso porque me parece importante dizer que estava usando a claridade do dia e não dá luz). e antes de finalmente levantar e ir começar de fato minha quinta, eu estava rodando a TL do twitter e um link pulou na minha frente, link de uma coisa que eu tinha até pensado que deveria checar mais tarde.
E eu abri esse link, sem pretensão nenhuma, porque né, tô abrindo por abrir, quais as chances?
Mas acontece que o gerador de possibilidades infinitas está ligado no último essa semana (vide cenário político, mas vide minha vida também).
E acontece que esse link era o link com a lista da 6° chamada do SISU da UFMG.
E acontece que meu nome estava lá.
Acontece que EU PASSEI NA UFMG! NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS. CAMPUS PAMPULHA. CURSO: ABI LETRAS - DIURNO.
GENTE? EU PASSEI!!?? QUÊ?
Eu não soube o que sentir. Eu ainda não sei o que sentir. Eu tava sem dormir bem. Meu nome na lista da UFMG. Meu nome é esse mesmo, né? Que que eu faço? Para quem eu falo? Não sabia como me sentir, não tava bem, tava tremendo. E não sentia a felicidade que eu imaginei que sentiria quando fantasiava com meu nome entre os nomes dos aprovados na lista da UFMG. Eu tava... sem saber. Ainda tô.
Até agora eu não sei se a ficha caiu. Às vezes parece que vai cair, igual ontem no ônibus, e parece que eu vou surtar, às vezes parece que já caiu, como quando eu acordo cedo pensando nisso, meio ansiosa.
E eu tô assim "... ? ..."
Passei na UFMG "...?!..."
Tiveram várias loucuras e meu coração coitado, ainda não ficou normal de novo. E eu não sei o que fazer. MEU DEUS EU NÃO SEI NÃO.
*Respira* Vamos ser sensatas/os.
Brincadeira, já disse no twitter, respirar, não sei mais.
Mas vou tentar dizer coisas que pensei, que acho relevante.
Primeiro que:
Eu não tava preparada, nem esperando. Eu tava esperando pela minha semana de provas, pela aula magna, pra tentar ir no evento de lançamento de Nota fiscal no sábado, quem sabe. Eu tava adaptada, ou quase perto disso a minha nova rotina. A faculdade, ao curso. Eu tava tentando ficar bem. E voltar a ser tão felizinha quanto já fui. (não que eu esteja triste, é quando meio estranha faz um tempinho) E eu tava também pensando sobre o que rendeu o texto da madrugada. Vivendo minha vidinha e minhas coisinhas que nem vão ser citadas aqui e aí PAH. A vida vem e acontece. E como diz aquele quote que amo de Métrica: "A vida acontece. E acontece com todo mundo o tempo todo." ou alguma coisa assim.
E como diz aquele outro quote de um livro que não sei qual é, mas tenho o print de uma resenha com ele no celular.
"Era minha vida e eu não estava preparada". Ok, isso é com tudo ahahah
Segundo que:
Uso aspas aqui, porque foi bem assim que tive esse pensamento enquanto limpava a casa ontem: "É engraçado como Deus às vezes dá o que a gente mais quer/queria, mas não na hora, só quando a gente já consegue compreender que talvez não possa ter." Se eu tivesse passado na primeira chamada da lista de espera ou na segunda eu estaria... perdida, tá, mas iria querer ir na hora, fazer tudo, ter tudo e me decepcionaria demais com certas coisas da vida (já explico). Isso pode não ser bom. Mas passar agora, não sei o quanto é bom e o quanto não é. Eu tinha aceitado o fato de que não era pra mim e aí, bem meio que é (já explico porque meio). Meu nome tá lá. Minha confirmação online foi feita. Não que eu possa confirmar algo. Como poderia?
E pode ser bom, porque né, federal, quis tanto. Era meu sonho. Era, porque já não sei mais qual meu sonho. Mais de um mês e a gente fica perdido...
Pode não ser bom, porque não sei o que fazer. Não sei como fazer essa escolha agora, quando eu tô no meio de um curso que eu tô gostando.
Mas eu nem sei se preciso fazer essa escolha, porque antes de tudo. Talvez eu não possa ter UFMG, porque morar há 800 fuckings quilômetros de casa, não é só meio assustador (embora não tenha sentido isso ainda, porque não é real, né gente? como pode ser?), também é caro. Envolve dinheiros. E talvez isso não seja economicamente viável pra mim e pra minha família.
Quero registrar que ontem meu pai veio falar comigo, sobre, e fui explicar pra ele, falei de certas coisas e ele estava me dizendo algo que já não lembro, mas o que eu tava entendo era "olha, eu sei que você quer, e eu quero também (isso não tenho certeza,), mas é muito longe, é caro eu não sei se vai dar." E eu entendo, senão der, juro pra vocês.
Deus, vem cá e me ajuda a saber o que é melhor pra mim, o que me fará melhor e mais feliz. Se for UFMG, deixa eu ganhar na loteria, se não for e o senhor quiser deixar, nem reclamo, mas sabe... Só me ajuda a fazer o melhor.
Às vezes eu penso que x coisas não podem ter acontecido assim por acaso, que tudo tava sendo arranjado pra isso. Mas meu deus, tão difícil.
É sobre morar fora, morar longe, se virar, lidar com uma universidade federal, é sobre mudar de curso. É sobre não saber se vou gostar desse curso. É sobre futuro. Dos próximos quatro anos, e futuro profissional. Me diz como lidar?
Tipo vamos por em tópicos, [SE eu tiver como ficar lá, economicamente falando] preciso pensar que
· Tenho gostado do curso de Ciências Contábeis, e não sei se vou gostar de estudar Letras. (Ai eu sei o que eu disse antes, mas agora já não sei. Se eu tivesse mudado para letras, talvez soubesse o que fazer, mas não fiz isso e tal TÔ LOKA).
·
E se eu for e não gostar? E se eu não gostar das aulas? E se o meu negócio for números, mesmo? Eu gosto de números. Isso eu sei. Gosto de palavras, ler e escrever, mas é diferente fazer isso por prazer e fazer isso em aula.
E seu eu ficar e me arrepender?
E se eu for e me arrepender?
E se for muito para Helena de dezessete anos ir morar fora?
E se eu não conseguir lidar com uma federal? Vejo as meninas falando de tudo e acho que não sei se daria...
E mercado de trabalho depois?
Como separar realidade e fantasia?
Como saber se o medo vai me impedir ou vai me salvar?
Se eu tiver fazendo merda?
Se eu não conseguir nem reunir as porcarias das informações para ver se é economicamente viável antes de enfrentar esse drama?
Se eu for der merda e só ter feito meus pais gastarem mais dinheiro em mim?
É escrever faz a gente ficar mais cara a cara com certas coisas. Preciso acabar isso antes de ir pra faculdade... Tanta coisa. Preciso me estabilizar.
Fui chamada pro segundo semestre. Se eu for, eu vou parar de estudar até lá. E aí, fica a questão, que que eu vou fazer? Precisava de um emprego. Arranjar mais dinheiros, mas também, como?
E eu vivo voltando ao tópico de que pode não ser economicamente viável, e isso deve ser pra eu tentar não pensar na decisão em si. João deve ter razão.
É cada tiro no escuro.
Já não sei se foi uma boa decisão escrever. Eu tô ansiosa agora, com o coração apertado e odeio me sentir assim. Eu nem sei como é que as coisas se estabelecem, parece que meu ser tá tomando uma decisão, mas sei lá. Eu não sei que que eu tô falando, mais produção.
É outro texto sem final. É sem final, porque tá acontecendo agora. A vida, todo dia. E aí eu vou querendo ficar poética....
Pro caso deu postar isso, torçam por mim e me desejem sorte na prova de hoje!
***
Bem, a prova já passou (acho que fui bem), é sábado de manhã e eu nem vou reler isso, porque escrever já me deixou no olho do furacão. Escrever me deixou mal, é são tempos loucos. Mas enfim, eu vou postar e agora vocês sabem como anda as coisas!