4.7.16

Isso não é uma resenha - Eu li A vida do livreiro A.J. Fikry

Começo este post com o coração na mão, como diria minha mãe, porque a sensação de que perdi o momento de escrevê-lo é real. Eu nem sei até onde conseguirei ir e se houver um fim e uma publicação, é milagre de Deus, mesmo. (Houve e eu tô oficialmente começando uma nova coluna!!! Tô feliz, fiquem feliz também, tem vários gifs :))

A última vez que tentei uma introdução pra este texto, eu criei um outro post. Para evitar possíveis desvio, tentarei ir direto ao ponto desta vez. Mesmo não sabendo que ponto é esse já que a única coisa que sei que quero é fazer comentários e divagar um pouco sobre o livro, eu, o universo e o que mais der na telha.

Ah, pode haver spoilers, mas tentarei avisar em todos que eu reparar Com *spoiler* e *fim do spoiler* :).

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Créditos da imagem a Gabi do Teoria criativa (clique aqui pra ler a resenha dela)
Ontem eu finalizei a leitura de "A vida do livreiro A.J. Fikry". Desde quando esse livro foi publicado com esse nome nem um pouco legal de pronunciar (estilo Will & Will)  lá em 2014 eu li resenhas tecendo comentários maravilhosos sobre ele. E aí fiz dele mais um título na minha lista mental de "livros que ainda lerei". Se querem saber, é uma lista bem bagunçada que eu quase nunca lembro nem dez dos títulos que há nela, mas sempre que vejo um que está lá eu o reconheço.

Houveram vários momentos de "vou ler A vida do etc", e na última hora deixava pra lá, até que na quarta-feira enquanto esperava minha psicóloga chegar eu comecei a leitura. Nem eu acreditei que iria continuar ela, que iria dar tempo de ler alguma página se quer, mas citando o próprio livro aqui "às vezes os livros só nos encontram no momento certo". Por favor, me digam que sabem que eu acredito e tenho bem forte em mim que há momentos certos pra ler diferentes livros. Se eu fiquei gritando com esse tipo de frase durante a leitura? ahahah sim

E foi assim, dessa maneira nem um pouco comum na minha vida, que eu comecei a conhecer a história de A.J. Fikry.  E esse não é um livro só feito de altos. E aqui começarei a listar todos os defeitos, antes de dizer porque gostei.

A autora e/ou o personagem principal acredita que princesas não podem ser feministas. Ou que alguém se torna bissexual. E sabe, é um tipo de comentário que me fez pensar "deus por quê?" durante a leitura e muda absolutamente 0 coisas na história. Dava pra ser apagado e não faria falta melhorando a coisa toda.

É difícil pra mim amar fortemente quando as partes difíceis começam a aparecer. Não é algo bom sobre mim, eu sei, mas real (tá sendo difícil criticar várias coisas no livro e ainda gostar). Ler esses trechos completamente desnecessários, exigiam que eu parasse e dissesse pra mim mesma "não deixa estragar porque tá bom" e não foi fácil. E acabei conseguindo pensar que, por mais ruim que seja, a maioria das pessoas realmente acredita que princesas não podem ser personagens fortes/feministas, a maioria das pessoas não sabe bem o que é feminismo, e a maioria das pessoas acham que o normal é hétero e que torna-se de qualquer outra sexualidade. Foram trechos para me testar e lembrar que nem todo mundo vive dentro da bolha que eu e a maioria dos meus amigos vivemos. E que talvez o simples fato de mencionarem que tal personagem não seja hétero é alguma coisa. Fico sem saber o que achar.

Pegando a deixa. Os personagens principais são todos héteros e magros.

E embora a sinopse (da saraiva) diga "uma carta  de amor para o mundo dos livros" a verdade é que, tanto a narração (em 3° pessoa) e o A.J deixam bem claro que possuem o pensamento de que livro bom é livro antigo/clássico. E em alguns trechos eu tinha aquela impressão de que queriam exaltar quem lê clássicos ou as tais obras de literatura e menosprezar quem lê livros contemporâneos. Ruim, muito ruim. POUPEM ME.

Não Sei Lidar: Patrulha da Fraude, como lidar?


Tá, já que é pra falar tudo que lembro:

Começo da parte 2 não foi tão bom, pensando bem o primeiro capítulo também foi um pouco abaixo do resto me fazendo achar todo mundo meio chato e zzZZzz, menos a Amelia. (foi bom não ter começado com expectativas. é uma coisa que eu recomendo, sempre). Eu meio que queria saber qual é o nome do A.J. também e me deixaram na mão. E sinceramente, falar "aquela famosa frase do C.S. Lewis" e não dizer que frase é, é desrespeitoso. Respeita os limites PELO AMOR DE DEUS!! Se vocês souberem que frase famosa do Lewis sobre amor aos livros é essa, me digam, por favor.

Acho que é isso de ruim que eu tinha pra falar. Se lembrar mais eu comento, mas provavelmente foram detalhes que deixei pra lá pra não estragar a leitura. Aqui é onde começo a citar várias passagens e tentar dizer porque eu gostei de forma bem continua desse livro!

A vida do livreiro A. J. Fikry não foi um livro pra me fazer surtar com personagens e cenas, foi mais um livro que me conquistou de forma integral e contínua. Sem muitos altos e baixos. Tiveram sim, cenas que me deixaram "não brinca comigo, há regras" ou que foram mais normais, só que num geral foi bom do começo ao fim (exceto o começo do livro e da parte 2 que embora não fossem ruim, senti que tava diferente do resto).

Comecei a ler sem me lembrar nem um pouquinho  qual era a promessa daquele livro - aka sinopse. Vi depois, em casa, após já ter lido algumas páginas e no começo desse post eu também li a da saraiva e até já citei, mas além do dito lá ela também promete que A vida do livreiro etc vai "lembrar a todos porque adoramos ler" pretensioso, mas ele acabou me fazendo vir até o Luft escrever sobre o tal e sobre livros no "uma carata de amor ao mundo dos livros", então eu acho que preciso dizer que talvez ele cumpriu em partes o que a sinopse promete.

É legal ler livros com personagens que compartilham da paixão pela leitura, ainda que sejam elitistas, eles acabam dizendo coisas reais e boas e fazendo você se identificar horrores. *spoiler (?) fraco* E todos os personagens são assim. *fim do spoiler*

Vamos aos quotes que eu grifei pra mostrar onde houve algumas identificações e mostrar umas partes legais também. Eu não falo muito mais do livro daqui pra baixo, apenas comento o que cito e se você não leu, quer ler e acha que vai perder a graça saber quase todas as frases legais, eu recomendaria ler uma ou outra ou pular para o final de vez.

"Acho que minha nova reação está relacionada com a necessidade de encontrarmos histórias no momento certo de nossas vidas. [...] As coisas que nos tocam aos vinte não são necessariamente as que nos tocam aos quarenta, e vice versa. Isso é verdade para livros e para a vida."
Juntamente com a história do livros e o momento certo, são filosofias e verdades que carrego. (!!)

"As pessoas contam mentiras chatas sobre política, Deus e amor. Você descobre tudo que precisa saber sobre uma pessoa com a resposta desta pergunta: Qual é o seu livro preferido?"
É uma frase de impacto, mas não concordo. Por que marquei? num sei, talvez porque seja de impacto e dentro do contexto do livro soe "!!!" sou dessas, mesmo. E muito difícil escolher livros preferidos.

"Sou romântica, mas às vezes esses tempos em que vivemos não me parecem muito românticos."
 Identifiquei.

"Sou policial há vinte anos e vou te contar, quase tudo de ruim na vida é resultado de timing ruim, e tudo de bom é timing bom."
 Tenho que concordar ahahah

"Acha que uma criança é o suficiente, mas ela cresce. Acha que trabalho é o suficiente, mas trabalho não aquece o corpo."
 Impacto também e, acho, que concordo.

"Não quer qualquer corpo pra lhe aquecer. Quer *spoiler* com seu coração enorme e suas péssimas roupas. Alguém como ela, pelo menos."
 Fofo. E como já disse antes:


"Tenho quarenta e três, e nestes anos aprendi que é melhor ter amado e perdido do que blá-blá-blá e que é melhor ficar só do que com alguém que não gosta muito. Concorda? "
 SIM SIM.

"Ninguém viaja sem propósito. Aqueles que estão perdidos querem estar perdidos."
 Impacto.


*SPOILER* *GET OUT* *STAY BACK*

"Quando leio um livro, quero que leia ao mesmo tempo. Quero saber o que Amelia acharia dele [...] Posso prometer livros e conversas e todo o meu coração."
 Fofo. Meu ship ninguém sai. Eu casava se fosse meu namorado falando essa última frase.

*FIM DO SPOILER*

"O medo secreto de que não é possível sermos amados o que nos isola”, diz a passagem, “mas é apenas porque estamos isolados que pensamos não sermos amáveis. [..] Será amado porque, pela primeira vez na vida, realmente não estará solitário. Terá escolhido não estar solitário." 
Uma imagem pra falar por mim:


"Se está sem inspiração, ler ajuda." 
Fica a dica (!) que eu deveria ouvir mais.

"Só para constar, nem tudo novo é pior do que as coisas antigas."
 Na minha opinião, esse "nem tudo" está inadequado. E eu coloquei esse quote aqui pra dizer mais uma vez me poupe com essa de livro clássico que é livro bom blá blá.

Babados e Batdramas da semana (+ música boa) | ConversaCult

"Temos que abrir muitos. Temos que acreditar. Concordamos com ocasionais decepções para ficarmos maravilhados de vez em quando."
 Ele fala sobre livros, mas meu Deus se eu não sinto que tá falando da vida.


"Um homem não é uma ilha. Ou ao menos não é o melhor de si quando é uma ilha."
Forte. Real.

"E quanto mais eu faço isso (vender livros, sim, claro, mas também viver uma vida, se isso não é sentimental demais) mais eu acredito que este é o ponto de tudo. Se conectar. Apenas conectar." 
Quando você lê um livro que te causa várias identificações e conexões e no final encontra isso, gritar é a única coisa a se fazer.

"Lemos para saber que não estamos sós. Lemos porque estamos sós. Lemos e não estamos sós. Não estamos sós." 
SINTA.

"No fim, somos como obras selecionadas.  
Ele já leu o suficiente para saber que não há seleções em que todos os contos sejam perfeitos. Alguns acertam. Outros não. Se tiver sorte, um se destaca. E no fim, as pessoas só se lembram dos destaques, e nem desses se lembram por muito tempo." 
Analogia muito muito boa. E real, bem real.

"Não somos as coisas que colecionamos, adquirimos, lemos. Somos, enquanto estamos aqui, apenas amor. As coisas que amamos. As pessoas que amamos. E estas, acho que estas realmente continuam." 
Não concordo com tudo. Não somos as pessoas que amamos, porque podemos amar errado e relacionamentos abusivos estão aí pra provarem o que digo. Concordo com o começo. Acho que o que perdura é mesmo o amor. Embora viva me esquecendo disso.

E um último comentário A vida do livreiro A. J. Fikry é um livro fofo, leve e com bons personagens. Sim, eu recomendaria pra um amigo!

ACABAMOS! Eu gostei demais de escrever isso e de ter conseguido concluir. Agora preciso recolher meus sentimentos que estão espalhados por todo canto ahaha

Vamos falar sobre o John Green?

Obrigada se você chegou até aqui comigo! Ah, estou aqui pra falar sobre esse livro (e vários outros) sempre que quiserem, não fiquem com vergonha de iniciarem uma conversa!

3 comentários:

  1. AI QUE AMOR ESSE JEITO DE FALAR DO LIVRO
    apesar dos pesares fiquei bastante curiosa para ler, essas passagem NÃO EM SEGURA QUE EU QUERO COMPRAR PRA ENCHER DE POST ITS
    Adorei amiga, achei tudo, melhor jeito de falar de um livro <3

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  2. AI QUE AMOR ESSE JEITO DE FALAR DO LIVRO
    apesar dos pesares fiquei bastante curiosa para ler, essas passagem NÃO EM SEGURA QUE EU QUERO COMPRAR PRA ENCHER DE POST ITS
    Adorei amiga, achei tudo, melhor jeito de falar de um livro <3

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    Respostas
    1. ♥♥ Eu fui reler as passagens e tô aqui toda boba de novo. MEU DEUS EU ACHO QUE CONSIDERO O MELHOR LIVRO DO ANO? SOCORR DANI AJHDHAHDGADA

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