Eu só queria agradecer por esse momento em que escrevo um post que não é D52, porque sinceramente, eu enjoo demais. E agora uma pausa para eu contemplar que tem muita coisa para ser dita e eu tô perdida. * respira* *inspira* Esse post foi escrito em momento diferentes, muito antes, antes, durante e depois. Eu estou um passo mais dentro da Vida AdultaTM, inaugurando uma nova coluna chamada "Coisa de gente grande", e ainda sem saber direito o que tô fazendo, mas indo em frente. Porque como diria a grande pensadora contemporânea Jenny Lawson em Alucinadamente Feliz "não tenho escolha além de respirar e seguir em frente." QUE FRASE.
Então, como deve ter ficado claro, eu estou oficialmente estagiando, mais especificamente há uma semana no momento em que escrevo isso. Eu acordo cedo (para quem dorme a hora que eu chego em casa e precisa de mais horas de sono do que isso), arrumo minhas coisas, tomo banho, almoço (fora de hora), e saio de casa. Espero o ônibus por meia hora, as 11 da manhã, eu o pego, vou para Votuporanga (a mesma cidade em que estudo), ando oito quarteirões e espero mais um pouco. Entro no serviço e saio de lá quatro horas depois. Ando quase 2 km e espero o ônibus para faculdade por uma hora e meia, estudo, espero o ônibus, pego o ônibus, chego em casa e durmo. Repeat tudo isso 5 vezes por semana.
Agora que vocês já sabem tudo que
De algum momento em julho indo para a minha primeira entrevista de estágio/emprego da vida, quando eu ainda achava que em 1 de agosto, eu começaria o segundo semestre e começaria a trabalhar quatro horas por dia todo dia numa cidade há uma hora de distância também:
"Tenho notado que antes de tomar alguma grande decisão, eu começo a ter vários pensamentos sobre todas as outras oportunidades que aquela vai excluir. Penso que não sei o que tô fazendo e que tô fazendo errado. Que talvez não seja isso, e não seja agora. Mas é só quando já é tarde demais para voltar atrás, como tem de ser. E não foi diferente indo pra minha primeira entrevista de estágio."
(aqui, claramente, vemos como eu tinha um ótimo começo para o post)
Do dia quatro de setembro, mas tecnicamente já era 5, na véspera do dia de começar meu estágio:
"Tecnicamente já é dia 05 há 19 minutos, mas para mim ainda é domingo, 4. Eu estou atrasada com muitas coisas minhas e sem fazer ideia de como colocar elas nos trilhos e não ter que lidar com a sensação de que negligenciei elas no futuro*. Esse post pode ser uma delas. Pode ser porque ainda não estou atrasada, mas a caminho de estar. É tarde e minhas costas doem, mas eu queria registrar como as coisas estão agora.
Eu não sei bem o que esperar, estou não pensando que é pra não ficar ansiosa, é uma boa técnica que desenvolvi, mas também me deixa correndo o risco de esquecer de arrumar algo importante. Vou acordar amanhã, provavelmente com o despertador que eu ainda tenho que programar ou com minha mãe se eu esquecer ou sozinha se meu cérebro ficar meio ligado com a espera. Mas antes de dormir hoje, preciso organizar minhas coisas, não sei bem quais são elas — efeito colateral de tentar não pensar. Sairei e deixarei as coisas pelas metades. A série, o livro, a vida...
Não é culpa do estágio. Tem sido assim todo esse ano. Eu não sei se tinha essa sensação antes, se ela é nova, se é porque eu não andava me enchendo com muita coisa ou o quê. Mas tem parecido que não consigo concluir as coisas, ou andar com elas como deveria, porque a vida me arrasta antes. Ainda estou pensando na semana do meu aniversário que fiquei de acabar de planejar, das coisas pra editar... Dos post que ficaram para serem escritos e que não sei se irei. Escrever esses três últimos parágrafos foram bons de um jeito que os post em que estou pensando não tem sido. E qual o propósito? Não quero abandonar algo, que me propus a fazer, pela metade, mas não sei o que dizer e não ando muito disposta. Já estou atrasada. Os rascunhos estão cheios de idéias para o futuro e olhando agora, há chances de eu ser arrastada novamente. Mas esse post não é sobre isso, desculpem a divagação. As coisas simplesmente saem quando eu começo.
E isso me faz pensar que queremos fazer muitas coisas e podemos fazer milhares de coisas, mas não teremos tempo para fazê-las. E tempo é a coisa mais preciosa que possuímos. E não ter tempo é besteira porque a gente é que decide pra que temos tempo ou não em muitos casos. É questão do que é importante o suficiente para ser priorizado e para dedicarmos tempo. Mas até percebemos isso e fincar nossos pés, na tentativa de tomar as rédeas da situação o tempo corre e seremos arrastados e vai ficando cada vez mais difícil de parar e fincar os pés. E cada vez mais difícil de parar pra pensar sobre fincar os pés e quais das trocentas coisas serão as que serão feitas porque de um jeito ou de outro, não temos tempo para todas.
Mas por agora eu só queria registrar antes de ir dormir e começar as coisas amanhã. Começar tanta coisa nova."
*não estou com essa sensação e tudo está suficientemente em ordem!
"eu não sei a primeira coisa sobre ter um emprego." |
De sexta-feira, 9, da mesa do meu estágio:
"Algumas vezes me sinto uma fraude quando digo "estou indo para o trabalho" [ou alguma frase do gênero]. Às vezes, me vejo segura e confiante indo para lá e quando percebo isso meu cérebro quer me dizer que eu não deveria estar tão tranquila, então quase fico ansiosa, mas me lembro que já sou uma garota crescida e que "big girls don't cry"*
*quando escrevi isso pela primeira vez, mentalmente no ônibus vindo para meu estágio internamente eu gritei "CARALHO! Fergie diretamente do túnel do tempo" e torci para não esquecer.
Isso também me faz lembrar de uma das minhas metas para 2016 e tô gritando horrores internamente."
De agora, depois de uma semana de estágio (uma semana de quatro dias, porque quarta foi feriado, um feriado muito adequado que me deixou descansar depois de dois dias fora do ritmo):
No primeiro trecho eu falava sobre todas as outras oportunidades e coisas que aceitar essa oportunidade poderia me privar. Sabe, meu cérebro é doido, porque ele sabe que eu não tô tendo tantas coisas assim das quais seria privada, mas é claro que ele me faz ficar sentindo e pensando isso. No entanto, ainda que não muitas, sempre há uma coisa ou outra. Uma palestra da sua amiga durante o dia que você não sabe se vai poder ir, um médico que você acha que talvez precise mudar de horário, as consultas com psicologa e nutricionista que começaram a ficar ridícula e extremamente difíceis de conseguir um horário para ir.
Então, sobre esse negócio de largar de ser jovenzinha que fica em casa de boas o dia todo, que pode sair quando quiser e marcar o que quiser e virar jovenzinha que fica o dia todo fora de casa, há coisas que vão rodar no meio do caminho, e não é legal, mas a gente tem que se virar. Porque a gente acaba crescendo e é isso aí. E tem que tentar achar jeitos de conseguir fazer tudo que quer e não virar vitimá de situações e/ou pessoa acomodada. Isso claro, dentro dos próprios limites. Como diz meu professor, "não estou generalizando, por favor".
Depois eu falei sobre sensação de que deixaria muita coisa em aberto e seria arrastada, mas na última semana, eu li um livro e meio. Eu finalizei The Get Down, a série que comecei no fim de semana passado (MARAVILHOSINHA!), eu editei pela última vez Closer. Sim, teve muita sorte envolvida, mas tudo isso me deixou pensando como que passando tanto tempo fora de casa eu consegui isso e como, às vezes, em casa eu não fazia nada. Também me deixou pensando em como acontecem coisas em setembro e em como a gente não se entende.
Também acabei pensando em ansiedade, falta de controle e o péssimo habito de descontar as coisas em comida.
Houveram momentos bem legais, a maioria ok, e alguns que me deixaram mal, mas eu tenho sobrevivido. Tive medo de ficar como quando comecei a faculdade e fiquei inteira bagunçada, mas até agora eu tenho mantido todas as pontas seguras. Espero que seja assim por todo o tempo que esse estágio durar e depois disso também, claro.
Acho que disse tudo que poderia dizer, e se tiver esquecido, espero lembrar antes da publicação. Enfim. Continuem lindos e lendo o Luft, e se tiverem medo, continuem em frente com medo mesmo, se for o melhor. Tudo e todas as coisas ficarão bem.
h.
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